É dito para qualquer mulher que se mantenha misteriosa e seja difícil de conquistar para conseguir um homem que esteja disposto a atravessar essas barreiras, porque afinal é instintivo do homem que goste do desconhecido. Valido é quando se tem essa ideia no início, mas o fato de que isso se aplica por todo o relacionamento me revira o estômago.
Mesmo presenciando uma lista de relacionamentos falhos e caindo aos pedaços a minha volta desde muito nova, e diversos discursos do tipo, a visão de amor que tenho é extremamente diferente disso, talvez, uma visão muito nova e imatura ou até mesmo ingênua demais. Mas não acho que meu "eu" de 45 anos pense diferente nesse momento em alguma linha do tempo paralela.
A arte de amar para mim e quem eu espero encontrar, precisa da valorização da vulnerabilidade emocional. Gosto de descrever "amar" como estar segurando uma caixa transbordando de inseguranças em frente a alguém e torcer internamente para que aquele que esta vendo, não use-as contra você. É o livre árbitro que o outro tem em te machucar ou lhe fazer a pessoa mais feliz do mundo.
Não tenho e nunca tive medo de morrer sozinha, é algo que experimento a tempos e não é o que faria me revirar no caixão. Se isso, o ficar sozinha, for a consequência de não querer me privar de me entregar por inteiro em uma relação, então me leve em uma ONG e me denomine a famosa "tia dos gatos".
Amor é o sentimento de querer conquistar todos os dias aquele alguém mesmo sabendo exatamente o ritimo do seu coração, mesmo conhecendo cada único detalhe, sabendo tudo. É sobre deitar ao lado de alguém no fim do dia, que saiba todas as maneiras de te quebrar por completo e te amar o suficiente para não fazê-las. Alguém que domina todos os passos necessários para arrancar o sorriso mais sincero ou o choro de felicidade. É quem coloca um anel prata ou dourado em seu dedo sabendo do risco que também corre a partir disso.
E se, por um azar, você trombar com alguém que te destrua de todas as maneiras. Você tenha a habilidade de passar pelo luto do término e reconhecer que se doou por completo, saber que você no fim sua consciência estará limpa e você estará pronto para amar a si mesmo, e não sair do seu próprio lado em nenhuma das fases e pós fases desse ciclo.
Conhecer quem você ama, e amá-la exatamente por isso, conhecer e apresentar vulnerabilidade emocional. Se conectar ao ponto de se fundir com o outro. E se o amor for realmente a arte do "desconhecido" para os homens, que eles sigam em seus eternos relacionamentos vazios, onde o ciclo do "tédio de possuir" nunca acabará.